segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

#JeSuisCharlie

Na passada quarta-feira, vi serem atacadas duas das coisas que mais valorizo na vida: a liberdade e a nação que me viu nascer. Apesar de o ataque ter sido em Paris, o berço da Revolução, este não foi apenas dirigido à minha França mas sim a todos os países onde a liberdade é um direito adquirido e inquestionável, seja de expressão, de opinião ou de escolha. Foi um ataque a todos nós e a tudo o que o ser-humano teve de lutar para chegar ao que é hoje. A Revolução Francesa aconteceu há quase trezentos anos mas poderia muito bem voltar a acontecer hoje, neste instante, por ainda haver quem tente que os valores pelos quais ela se regeu não proliferem: A Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. 

Vivemos num mundo cada vez menos tolerante, em que a crítica de qualquer espécie não tem lugar naquilo que o ego de cada um considera aceitável. E o humor, como todos sabemos, vive muito também da crítica e da sátira. Há quem goste e quem não seja o maior admirador e como tal, como seres-humanos e cidadãos livres que somos (ou deveríamos ser), temos as opções de apreciar ou ignorar, podendo sempre manifestar a nossa opinião em ambos os casos. É assim desde sempre e só desta forma conseguimos evoluir. No entanto, há aqueles que não apoiam a evolução e decidem escolher uma terceira opção: a de tentar calar os outros. Os regimes fascistas optam pela censura e os estados terroristas/religiosos optam antes pelo recurso a armas e a violência, chacinando por ano milhares e milhares de pessoas em prol de uma entidade divina cuja existência desconhecem e à qual julgam agradar com sacrifícios humanos. Não aceitam a crítica àquilo em que acreditam e não têm sentido de humor quando são eles os visados pela sátira. Todos temos o direito de não gostar de algo e somos livres de o manifestar, desde que isso não afecte de maneira nenhuma o próximo. No caso desta "gente", o próximo não interessa e o ego, o tão importante ego, é o que é preciso manter intacto, mate-se quem se tiver de matar. Sendo eu uma pessoa assumidamente agnóstica, as minhas perguntas são: Será que Deus ou Buda ou Alá ou o Profeta Maomé, ou qualquer outra entidade máxima de uma religião, gostariam realmente de assistir a estes episódios sangrentos em seu nome? É isso que os livros sagrados atestam, "mata o próximo que ataque, de qualquer forma, o teu deus"? Que estatuto tão especial e intocável tem a religião, pela qual já se lutaram e continuam a lutar tantas guerras? Quem é que nos concede o direito máximo de tirar deliberadamente uma vida, com o único propósito de a eliminar da equação (que tem de ter o resultado que nós queremos) e quem é que é responsável por traçar os limites da nossa liberdade? Porque sim, e reitero-o, isto não passou de um ataque à liberdade nas suas mais variadas formas. É por isso que eu sou e sempre serei Charlie. Porque, acima de tudo, valorizo a liberdade com que nasci e, tal como todas as vítimas daquela redacção, gosto de poder dar-lhe uso e prefiro mil vezes morrer de pé do que ajoelhada e rendida àqueles que ma tentem tirar. 

Citando Bernardo Erlich, o mundo tornou-se tão sério que o humor é uma profissão de risco. Tentando encontrar um lado engraçado em tudo isto, se é que tal é possível, o Mundo, outrora tão dividido, uniu-se como nunca e Paris, a capital francesa, tornou-se também no coração de uma guerra que, apesar de quase invisível, apenas se encontra no seu início. Podem ter tentado destruir aquele jornal mas apenas lhe concederam o estatuto de intocável; mataram os cartoonistas mas não fizeram mais do que tornar os seus nomes imortais. Hoje, graças àqueles energúmenos que, munidos de armas letais, desataram a disparar sem dó nem piadade, todos sabemos o que é o Charlie Hebdo e quem foram Cabu, Wolinsky, Tignous, Charb e Honoré. Hoje, como uma só força, todos lutamos pela Liberdade. E que nenhuma de todas estas mortes tenha sido em vão.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... AMBERHELLA

Juntamente com o Xanalicious, o AmberHella foi dos primeiros blogues que comecei a seguir a sério. O cabelo louro da Hella e o seu estilo tão ecléctico, variado e original fizeram com que nunca mais a "largasse". A personalidade única dela é fascinante e isso reflecte-se, sem dúvida, no blogue, onde partilha um pouco do seu mundo encantado. Os muitos seguidores que tem são a prova absoluta de que o fascínio que tem não é exercido apenas sobre mim!
Para minha grande felicidade ela aceitou logo o meu convite para responder à minha entrevista e posso dizer que é um autêntico privilégio ter por aqui pessoas tão inspiradoras como ela!  




Dou-vos a conhecer um pouco mais sobre a Hella...


Perguntas individuais

HIMA - Tens um estilo bastante ecléctico, único! Pensas antecipadamente em cada look ou é algo que crias no momento?
Hella - Obrigada Ana!! A roupa que visto em cada dia depende do meu estado de espírito, do que vou fazer, do sítio onde vou… Gosto de brincar com a roupa e de usá-la, literalmente, de acordo com o meu mood e a situação. Por exemplo, se há um picnic, porque não levar um chapéu? E etc. Sem cair em extremismos, claro!

Tens das melhores fotografias que se podem encontrar na blogosfera. No que pensas quando estás a posar para elas? A fotografia é uma paixão? 
A fotografia é mais que uma paixão e foi durante quase 10 anos também uma profissão. De momento, já é amor. Tento sempre ter fotografias bonitas no blog. Prefiro fazer menos posts e apostar na qualidade, e para isso conto também com a Diana Serpins :)

O teu estilo é diferente daquilo que é (tristemente) comum em Portugal. Já passaste por alguma situação menos agradável por causa disso? 
Tantas vezes! Principalmente enquanto estudava. Mas faz parte e não me desmotiva. É só roupa!

É muito comum vermos posts com compras tuas no Amberhella. Consideras-te uma viciada em compras? 
Completamente :) só não compro mais porque não posso!

Já que adoras viajar, qual foi a viagem que mais te marcou? E qual é o próximo destino na tua lista?
Acho que vou ter de dizer Las Vegas mas mais propriamente quando alugámos um carro e fomos estrada fora até ao Grand Canyon! O próximo ainda não sei mas tenho São Francisco debaixo de olho.


Trocavas Lisboa por alguma outra cidade do mundo?
Acho que seria feliz em muitas cidades do mundo! Mas se pudesse escolher, escolhia esta. Amo Lisboa, é a cidade perfeita.

És vegetariana. Já tentei sê-lo várias vezes e fui sempre mal-sucedida! Que conselhos podes dar a quem quer ser vegetariano e também ainda não conseguiu? 
No meu caso é tão simples e básico quanto isto, adoro animais e recuso-me a comê-los.  Detesto cair em fundamentalismos e exageros e respeito igualmente quem não é vegetariano. No meu meio de amigos somos só 2 ou 3. Mas eu acho que quando tens um objectivo fixo é muito mais fácil haver sucesso. Eu como tenho a exploração animal em mente, é fácil não haver tentação.  


Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Que maldade!! :) acho que escolheria a Urban Outfitters, a Sephora e a L'Oréal.

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti?
É um trocadilho com o nome "Hella". "Umbrella"/"AmberHella". Como se vos convidasse a vir para debaixo do meu umbrella, o meu canto. Uma palermice, pegada talvez! Mas pegou e a música da Rihanna ajudou :)

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área, fá-lo-ias?
Sim! Sem pensar sequer!


O que posso eu dizer sobre isto? Acho que um "obrigado" não chega. Posso dizer que a parte mais difícil desta entrevista foi escolher a fotografia que a iria ilustrar (são todas demasiado boas) porque o resto foi mesmo fácil, graças a esta rapariga fantástica.
Baby Hella, you rock!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... JUNGLE FEVER

Isto pode parecer mais do mesmo mas é a mais pura das verdades: Simpatizei com esta rapariga desde o início. Nunca me esquecerei do dia em que, tendo nós falado uma ou duas vezes, e vendo ela que algo de errado se passava comigo, ela me mandou uma mensagem preocupada e a dizer que podia contar com ela. Essas coisas ficam guardadas na memória e no coração. Para além da simpatia, é também dona de uma beleza invulgar, exótica, e de um gosto pelos ares africanos que me fascinam. Não é rapariga de muitas palavras mas diz o que é necessário e isso basta. Quem a segue no seu Jungle Fever saberá certamente do que estou a falar. 

Desta vez, consegui arrancar-lhe mais palavras do que é habitual e digo mesmo que foi um gosto não só fazer a entrevista como sobretudo ler as respostas. 

Aqui fica a Sara...


Perguntas individuais

HIMA - És formada em Medicina Veterinária. O que te levou a escolher essa área? Como é a tua relação com os animais?
Sara - Desde que me conheço que quero ser médica veterinária. Os meus pais estão ligados à saúde (a minha mãe é enfermeira e o meu pai é médico) e eu queria estar também, mas não saúde humana.  O facto de um animal não se conseguir proteger, não ter más intenções e não conseguir perceber o que se passa ou o que lhe está a acontecer sempre me fez querer ajudar. 

És de Vila Real mas já trabalhaste em Cabo Verde e agora estás a fazê-lo no Reino Unido. Foi uma opção tua? Consideras-te uma cidadã do mundo? 
Sim, não saí de Portugal porque “precisava” ou porque “está mau”. Detesto esse discurso e não acredito que seja verdade. Nós não somos as  “outras pessoas”, somos um ser singular que cria e procura oportunidades que podem existir e provavelmente estão lá. Oportunidades e convites não faltaram em Portugal.
Fui para Cabo Verde investir e ir mais além do que o comum na minha área, fazer tudo o que conseguisse para ter o maior aproveitamento profissional possível - saí muito satisfeita e contente. A minha família paterna é de lá e fazia todo o sentido investir no país, em mim e nas minhas raízes. Foi uma experiência e tanto. A minha segunda casa.
Antes de Cabo Verde vivi na Turquia, uma experiência ERASMUS muito boa. Não queria o típico país europeu para estudar. Queria uma experiência cultural muito diferente da minha, queria contactar com outros costumes e, claro, melhorar profissionalmente – devo dizer que consegui tudo isso.
Respondendo à última questão: sim, considero. Quando saímos do nosso país e depois voltamos, não tarda muito começamos a ficar irrequietos, a pensar “para onde vou a seguir?” . Foi sempre o que me aconteceu e sempre tive necessidade de deixar Portugal para viver noutro local – já vou no terceiro. E o melhor destas experiências todas é dar conta de que há certas coisas, por mais pequenas que sejam, que só o nosso país nos pode dar. Sentir falta dessas pequenas coisas e ver que pertencemos ali e que o nosso país é realmente melhor em muitas coisas.

Associo-te imenso à Melissa pela quantidade de calçado da marca que já mostraste no blogue. Como começou essa paixão?
Começou em 2009 quando vi, pela primeira vez, os Lady Dragon da Vivienne Westwood. Como é possível uma pessoa não se apaixonar por aquele par?
Depois deixei-me embrenhar por todas as colecções e modelos.

Quem é o teu maior ícone de estilo?
Não tenho. Tiro bits and pieces daqui e dali. Assim como não tenho um estilo definido. Se gosto, compro e uso – não me abstenho só porque não se enquadra no meu estilo.
Adoro a Nicole Warne, assim como a Solange, mas é óbvio que não adopto na íntegra um estilo ou o outro. Adoro os anos 20 e os anos 40/50, mas nem por isso me vão ver como uma pinup.
Foi algo com que sempre batalhei na adolescência porque dão-nos a entender que temos que escolher lados – se hoje estou mais girly vou ter que ser girly forever e essas limitações sempre me chatearam profundamente. Tenho gostos muito variados, em todas as áreas, e é ok gostar de muita coisa.
Outra coisa é aborrecer-me muito facilmente – aquilo a que achava piada hoje, amanhã perde o interesse. Portanto não, não tenho nenhum ícone de estilo. 


Se alguém te conhecesse agora e te perguntasse quais são os teus maiores defeitos e virtudes, o que lhe dirias?
Well, tough one... É muito complicado ser imparcial comigo mesma mas vou tentar. Sou chata, bastante. E consigo ter tudo aquilo que quero, sou um bocado obstinada em ter sucesso. Como referi em cima, aborreço-me facilmente e posso ficar insatisfeita normalmente. Quando algo não me agrada, não consigo disfarçar – posso não dizer o que penso, mas as pessoas ficam logo a perceber o meu desdém. Quanto a virtudes, sou uma pessoa muito positiva e gosto muito de comunicar, tenho sempre opinião sobre todos os assuntos! (Isto é difícil!) Faço questão de tentar dar a volta a todas as situações menos boas. Gosto imenso de ajudar as pessoas.

Qual é a importância do Jungle Fever na tua vida?
É importante pois é algo que adoro fazer. Algo totalmente diferente do meu trabalho e da minha rotina. Eu dou muita importância às coisas de que gosto, mesmo que não tenham um impacto ou finalidade objectiva e concreta.
Devemos fazer sempre o que gostamos, desde as mais pequenas coisas – assim mantemo-nos sempre contentes, felizes e positivos.

Para ti, qual é a maior diferença entre o estilo de vida dos ingleses e o dos portugueses?
A maior diferença, que vejo no dia-a-dia, é mesmo os horários: é sempre tudo mais cedo. Refeições mais cedo, festas e saídas começam e acabam mais cedo também.

Tens algum animal de estimação no Reino Unido?
Não são meus mas vivo com dois gatos – a Molly e o Ollie.

Qual a cor que achas que melhor te representa? 
Penso que nenhuma em concreto. Gosto imenso de rosa, castanho, preto e dourado.

Orgulhas-te de poder dizer que és portuguesa?
Muito. Mais uma vez realço a importância de sair do país para ver como tem coisas boas e únicas.


Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Que difíííícil... Melissa, Asos e Soap & Glory (brows make the face!).

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti?
Ora aí está uma boa pergunta! Nunca alguém me perguntou o porquê do nome do blogue. Jungle Fever é muitas vezes utilizado para definir uma relação inter-racial, no fundo, uma mistura.
Eu estava em Cabo Verde, África (onde não há selva, nem leões btw), e queria um nome que representasse directamente o africanism e, principalmente, as minhas misturas de estilo, gosto, opiniões e, também, das minhas raízes (portuguesa, cabo-verdiana e judaica –pick one!). O nome fazia todo o sentido e ficou.
Diz muito sobre mim porque sou uma mistura, como já referi: gosto de MUITA matéria, retiro coisas daqui e dali e junto-as à minha maneira, às vezes desordeiramente.

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área,  fá-lo-ias?
Só se o blog fosse muito self-fulfilling e me mantivesse muito ocupada e satisfeita. Dificilmente aconteceria porque eu investi muito na minha área profissional e vou continuar a investir. Era preciso ser algo muito muito muito bom e constante.


Obrigada Sara, ficou excelente! É por isto que me tem dado tanto gozo fazer esta rubrica de entrevistas.

Para a semana, temos entrevista com aquela que foi, provavelmente, a primeira blogger que comecei a seguir a sério e que é, para mim, uma autêntica inspiração.
Stay tuned...

sexta-feira, 18 de abril de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... TITLES ARE TOO MAINSTREAM

A Vanessa é daquelas pessoas que insiro na categoria "raparigas-que-eu-gostava-de-ser-mas-que-a-cujos-calcanhares-nunca-irei-conseguir-chegar". Acreditem no que vos digo. O Titles are too Mainstream é um daqueles blogues que eu poderia ficar a ver durante horas e horas sem nunca me cansar. É um espaço extremamente pessoal mas sempre muito actual e brilhantemente ilustrado, repleto de constante inspiração vinda das mais diversas áreas: Decoração, outfits, espaços, maquilhagem, fotografia... You name it



Por tudo isso (e também por aquele Instagram viciante), convidei-a para fazer parte desta pequena rubrica e e ela, sempre tão simpática e acessível, aceitou!

Deixem-se, tal como eu, conquistar pela Vanessa...


Perguntas individuais

HIMA - É difícil enquadrar o teu estilo numa só categoria. Como é que tu o defines? Em quem é que te inspiras?
Vanessa - Hum, eu sou uma pessoa muito inconstante, gosto de demasiadas coisas em diversas áreas e isso acaba por passar um pouco no meu estilo. Inspiro-me em muitas coisas: filmes, pessoas, comida, animais, coisas banais do dia-a-dia... 

Vives actualmente em Madrid. Como foi a adaptação? Preferes viver aí ou em Aveiro? Do que sentes mais falta de Portugal?
Um dos motivos que pelos quais me mudei para Madrid foi precisamente o estar cansada de Aveiro. Neste momento não me imagino a viver em Aveiro, portanto posso afirmar que gosto mais de viver em Madrid, mesmo que ultimamente a vontade de ir para outra cidade seja cada vez mais forte. Já me habituei a um estilo de vida muito muito diferente daquele que tinha quando vivia em Portugal. Mas também posso dizer que foi preciso vir para outra cidade para dar mais valor àquela que me viu nascer.
Tenho saudades de todas aquelas pessoas com quem dava tudo para poder estar todos os dias. Do café, dos ovos moles, de andar de bicicleta para todo o lado, de ouvir português e expressões tão típicas da nossa terra, do cheirinho do mar, da calçada... Enfim, tanta coisa. 

Achas que sem fotografia, o teu blogue seria “menos teu”? Porquê?
Sem dúvida, a fotografia é uma das coisas que me define e que automaticamente define o meu blogue. Seria quase como eu nem sequer ser a autora.

É difícil resistir à tentação quando se trabalha numa loja Zara e se está constantemente a ver novidades?
É uma tortura! A verdade é que às vezes dá-me vontade de trabalhar de olhos fechados para não ver tantas coisas bonitas por metro quadrado (ahahah). Mas é tão bom.

Conto-te pelo menos seis tatuagens. Podes revelar o significado de alguma delas? Arrependes-te de ter feito alguma?
São presentes, paixões, fobias, memórias. Não me arrependo de nenhuma e preencher os braços sob esta forma de arte, com coisas que fazem e vão fazendo parte da minha vida, é um objectivo. 

Partilhas algumas receitas no teu blogue. Preferes cozinhar ou comer?
Boa pergunta. Adoro cozinhar e comer, são ambos dois enormes prazeres da vida. Gosto imenso de cozinhar para mim mas muito mais para os outros, tenho o "defeito" de gostar demasiado de agradar aos outros. E depois, uma das coisas que melhor sei fazer é comer, provar, saborear. Ahahah

Existe alguma cor que tu nunca usasses na vida? Porquê?
Penso que já usei quase todas. Posso apenas referir que há duas cores que uso com rara frequência e é preciso muito muito de mim para me aceitar com essas duas cores: vermelho e roxo. O vermelho usei pela primeira vez no ano passado, numa saia que fiz, mas não acho que seja rapariga para usar vermelho, não é definitivamente a minha cor. O roxo/violeta lembra-me apenas a morte e custa-me.

Diz-me algo sem o qual não conseguirias viver.
Ai, tanta coisa. Mas bom, não conseguiria viver sem música, imagens e sabores.

Do que é que mais gostas em Madrid?
Podia estar aqui um dia inteiro com uma lista interminável mas algumas das coisas que mais me apaixonam nesta cidade são os transportes públicos, os edíficios, a limpeza da própria cidade, as pessoas e a fiesta que já lhes está na alma, os churros com chocolate quente, a movida madrileña, o turismo, os mais diversos e diferentes cafés/pubs, as lojas vintage e os mercados de segunda-mão, a grande oferta de museus e eventos (de todas as áreas), a própria luz da cidade e os Invernos que cá se fazem sentir.

 Sentes-te realizada com a tua vida actual? Como seria a tua vida perfeita?
Ainda não. Quero sempre mais, quero sempre coisas diferentes e, como já referi anteriormente, apetece-me muito repetir a experiência de viver noutro país. O meu conceito de como seria a minha vida perfeita tem mudado aos poucos, neste momento em que já nada garante nada a ninguém, o ganhar a vida a fazer algo que realmente gostamos por vezes já é algo utópico. Mas nada nos impede de sonhar, é verdade. Por isso, enquanto sonho e se tiver saúde, trabalho, tecto e comida e que me permita viver uma vida equilibradamente boémia, conhecendo novas pessoas, lugares e coisas... Então sou feliz assim.



Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Hum… Caudalie, Chanel e Kling. (Estas só para me inspirarem já valem a pena)

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti?
"Titles Are Too Mainstream". Nome dado por odiar imenso dar nomes a coisas. Gosto daquilo que foge ao mainstream, do que marca pela diferença, do que é misterioso e que ao mesmo tempo tenha um certo humor. 

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área, fá-lo-ias?
Acho que não. É algo muito arriscado numa era em que os blogues são cada vez mais e a competição cada vez mais forte. E depois há a vida bem mais real, quando não temos nada garantido e a sorte nem sempre está do nosso lado. 


Ter a Vanessa neste meu espaço (assim como todas as outras convidadas) deixa-me orgulhosa e, sobretudo, feliz. É uma honra pensar e fazer certas perguntas e ver respostas tão boas e sem pudores.
Obrigada!

sexta-feira, 14 de março de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... MALMEQUER

Quando vi pela primeira vez o Malmequer, pensei que tinha descoberto uma autêntica pérola. O tempo veio provar que eu tinha razão no meu primeiro julgamento: por lá podemos encontrar um pouco de tudo, desde reviews de maquilhagem a roupa, partilhas de gostos pessoais, receitas, lifestyle, sugestões nas mais variadas áreas, como cinema e restauração... Isto aliado a uma qualidade fotográfica irrepreensível (quem me dera), a uma boa escrita e a um design simples mas muito bonito. Um estilo muito próprio, portanto.


A Mafalda acedeu rapidamente ao meu convite para esta entrevista e devo dizer que gostei muito das respostas dela. 
Mais abaixo, perceberão porquê...


Perguntas individuais

HIMA - O teu estilo lembra muito a Alexa Chung. Inspiras-te nela ou têm apenas gostos comuns?
Mafalda - A Alexa é, sem dúvida, uma grande inspiração para mim. Apesar de não ser o meu ideal de mulher fisicamente – acho-a extremamente magra – tem um estilo com o qual me identifico muito e que vai muito de acordo com os meus gostos. É impossível não me inspirar nela!

Já não és propriamente novata no mundo dos blogues. O que achas da evolução da “blogosfera” nos últimos anos?
Actualmente, acho que está um pouco mais friendly. Há uns meses atrás (talvez no último ano), a competição era demasiada e havia uma certa rivalidade entre blogues – que sempre me fez um pouco de confusão. Acho que, hoje em dia, os blogues estão mais “crescidos”, com uma melhor evolução e com bastante qualidade. É certo que os blogues que sigo são todos dentro da mesma temática (beleza, moda, lifestyle...) e acabam por ser muito semelhantes entre si – o que não me desmotiva, de todo. Mas fico, de algum modo, feliz por ver que estamos todos a evoluir no bom sentido e que já se escreve com muita qualidade na blogosfera portuguesa.

O teu gosto pela fotografia e o teu talento para tal estão patentes no Malmequer. Trabalhas nessa área? Se não, gostarias de o fazer? O que te despertou a atenção para esta arte?
Infelizmente não trabalho na área mas era, sem dúvida, algo que gostaria de fazer e que sei que, eventualmente, ainda se irá cruzar no meu caminho. É daquelas paixões em que luto para ser melhor e que faço para que um dia consiga ter sucesso. Como surgiu este amor, nem eu sei... Sei que começou com uma máquina lomográfica, uma fisheye, oferecida há uns anos pelo meu namorado da altura. E a partir daí, nunca mais parei – felizmente. 

Fala-se bastante de comida no Malmequer. Gostas de cozinhar? Se só pudesses comer pratos típicos de um país, qual escolherias?
Gosto imenso de cozinhar, sim. Até há bem pouco tempo apregoava que a Bimby era uma máquina para preguiçosos e que quem gosta mesmo de cozinhar, não lhe daria utilidade. Agora já penso de forma diferente, mas continuo a gostar de “pôr as mãos na massa”. Se tivesse que escolher... É complicado. Vivi em Itália durante um tempo e rendi-me à verdadeira comida italiana mas adoro comida mexicana e libanesa. Ser-me-ia muito difícil escolher até porque também não dispenso a boa comida portuguesa!



Como surgiu o teu mais recente projecto, a Maria Cenoura?
A Maria Cenoura não é bem um projecto meu, é mais da minha família. A minha mãe sempre teve uma grande paixão pelos louvores e, aliado aos cortes que houve na empresa onde ela trabalhava, resolveu juntar a paixão pelo hobbie ao trabalho do dia-a-dia. Foi quase como tornar físico um projecto que existia há muito, embora fosse sempre sem nome.

Consideras-te impulsiva na hora de comprar ou ponderas muito bem antes de investir em alguma peça? Qual o tipo de objecto em que és capaz de gastar mais dinheiro?
Neste momento já sou muito mais ponderada. O facto de ter feito o Projecto Pé-de-Meia veio abrir-me os olhos nesse sentido. Já dificilmente compro por impulso e valorizo mais o dinheiro que ganho ao final do mês, sem comprar só porque acho giro ou porque não tenho naquela cor. Acho que é muito mais compensador quando lutamos por determinada peça e quando há todo aquele namoro que nos faz sentir mesmo bem quando compramos algo. Gastar mais dinheiro, sem dúvida, será em malas e sapatos. São duas coisas que, quando são de boa qualidade, valem o dinheiro que lhes é empregue e são capazes de durar uma vida!

Para ti, até que ponto é que se pode partilhar a vida pessoal num blogue? 
No meu caso, não gosto de me expor demasiado. Entendo que haja quem o faça e quem partilhe bastante da vida pessoal e não o condeno. Não me importo de partilhar o dia-a-dia e pôr uma ou outra foto minha, esporadicamente. No entanto, não acho que seja esse o focus do meu blog e não quero, de todo, que seja um diário aberto. 

Gostarias de viver noutra cidade que não fosse Lisboa?
Bem, eu não vivo mesmo em Lisboa, mas sim, via-me a viver noutra cidade. Adoro Lisboa e sei que, viva onde viver, irei sempre voltar aqui. Mas adaptava-me facilmente a outra cidade – desde que fosse cosmopolita e caótica, que não fui feita para viver no campo e na calmaria.

Como é que a maquilhagem passou a ser um gosto para ti? 
Desde cedo que comecei a ter algum interesse por maquilhagem. Fui bailarina durante muitos anos, começando aos 7 no mundo da dança e sempre gostei daquela fase antes de entrar em palco, onde era maquilhada e penteada... Sempre achei que tudo aquilo tinha algum fascínio. Com o crescimento comecei a procurar mais e a ler mais sobre o assunto e é, sem dúvida, um mundo que tem imenso para explorar e para conhecer.

Consegues resumir os seis anos do Malmequer numa palavra?
É complicado mas acho que, resumindo numa palavra, terá mesmo que ser “crescimento”. O Malmequer começou por ser um blogue de... Bem, nem sei bem o quê... E evoluiu, cresceu num óptimo sentido e tomou um rumo com o qual me identifico mesmo. Foram, sem dúvida alguma, 6 anos de crescimento! E que venham outros tantos! 


Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Zara, Chanel e La Roche Posay (empatado com a Caudalíe).

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti? 
O nome "Malmequer" surgiu há muitos anos atrás e pegou sem que houvesse um grande significado. Mas o facto de serem flores que dão o ano todo, que crescem e se adaptam facilmente, tem um pouco a ver comigo, sem dúvida. E claro, são flores alegres e com vida! 

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área,  fá-lo-ias?
Talvez. Neste momento estou a apostar na formação na área do webdesign e acredito que até conseguiria conciliar as duas coisas. Mas acho que, actualmente, não é uma realidade que seja possível em Portugal, como é noutros países. 


Obrigada Mafalda, pela simpatia, pela disponibilidade e pelo conteúdo! Foi, sem dúvida, uma grande entrevista.

Quem será a convidada da próxima semana?

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... BLASFEMMES


Por mais incrível que pareça, um dia também foi ela que me descobriu. Quando vi o Blasfemmes pela primeira vez, pensei "o que é que ela viu em mim quando é um arraso e ao lado dela, sou um zero à esquerda?" mas a verdade é que começámos a seguir-nos mutuamente e passei a admirá-la ainda mais. Damo-nos muito bem. Gosto do seu sentido de estética, gosto das fotografias e adoro o estilo e a delicadeza dela. Quando tudo isto se combina num só post, é ouro sobre azul. De quem mais poderia eu estar a falar ao juntar estas palavras? Da Sandra, pois claro.

Venham conhecê-la...


Perguntas individuais

HIMA - Tenho um fascínio pelas belíssimas fotos que apresentas sempre no Blasfemmes. Quem as tira?
Sandra - Obrigada! A qualidade das fotos é do mérito total do meu namorado. Ele é a outra metade do blogue e, já agora, uma metade muito susceptível a elogios. ;)

Na minha opinião, estás sempre impecável. Como é que consegues acordar de manhã e planear sempre looks tão bons?
Gosto mesmo (!) de roupa, evito fazer compras por impulso (nem sempre foi assim mas.... learned my lessons ) e, sobretudo, procuro comprar peças versáteis. É muito raro comprar alguma coisa sem saber a priori como a vou usar. Por fim, procuro ter sempre clássicos à mão!

Nos teus looks combinas muitas vezes peças mais caras com outras mais acessíveis. Consideras que para ter estilo, é preciso ter muito dinheiro?
Não, há tantas opções que é mais uma vez uma questão de versatilidade e de investir tempo à caça de peças boas em marcas mais acessíveis. Claro que, se houver possibilidade, o ideal é misturar designer com high-street (Zara, por exemplo).

Tens um gatinho, o Sibi. Como é a tua relação com ele? Conseguirias viver sem ele?
O Sibi foi alvo de um “planeamento familiar” enorme e agora que o temos, já não nos conseguimos imaginar sem ele! É o gatinho mais amoroso e amigo (e mimado!!) de sempre! 

Conta-me sinceramente, o que sentiste quando abriste pela primeira vez a caixa do teu primeiro par de sapatos Louboutin (tinha de perguntar isto)? Esforçaste-te muito para conseguir tê-los?
“Hello, gorgeous!”. Budget e coragem uniram-se et voilá: o nº 1 na minha dream wishlist veio morar cá para casa. Não é uma decisão para se tomar de ânimo leve mas meninas que são apaixonadas por estes sapatos: é tão bom! :)


Se tivesses de te definir através de uma cor, qual seria? Porquê?
A minha cor preferida é o branco e procuro rodear-me de branco. Mas acho que para definir qualquer rapariga é preciso (pelo menos) o arco-íris inteiro, não? :)

És portuguesa mas o teu blogue é escrito em inglês. Há algum motivo especial para isso?
Há. Tenho orgulho em ser portuguesa, a nossa língua é linda e Portugal sempre foi o país em que quis viver. Escrevo em inglês simplesmente porque é mais fácil chegar a mais gente assim.

Quando estás a posar para as fotos do blogue, o que é que passa pela tua cabeça?
Agora que perguntas, não faço a mínima ideia. Eu nunca me tinha imaginado a fazer nada deste género até começar o blogue e acho que só consigo tirar fotos porque me sinto tão confortável e natural com o fotógrafo, sem ele acho que me sentiria completamente...sem jeito!

Trabalhas naquilo de que gostas?
Adoro o que faço!

Daqui a dez anos, imaginas-te ainda com o blogue activo?
Não faço ideia do que será a internet daqui a 10 anos nem como me sentirei em relação a isso mas assim, num impulso, tenho a tentação de dizer ‘sim’.


Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Ahhh, que crueldade! Talvez Zara, J. Crew e Chanel.

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti?
Acho que não diz muito sobre mim, provavelmente se começasse agora um blog dar-lhe-ia outro nome qualquer.  Um nome é quase sempre apenas um nome, é o que fazemos dele que importa.

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área,  fá-lo-ias? 
A área que escolhemos a determinada altura da vida não nos define por completo e estamos sempre a tempo de nos realizarmos noutras esferas e sobretudo aprendermos sobre nós próprios e evoluirmos como pessoas enquanto o fazemos. Por isso, porque não?


Obrigada Sandra, pela simpatia, acessibilidade e rapidez. És sempre uma querida e um amor de pessoa!


Sexta-feira há mais, com uma convidada muito especial...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

POR DETRÁS DO BLOGUE... THE JUICY GLAMBITION


Aqui está mais uma pessoa que eu já considero minha amiga. Falamos de todas as maneiras possíveis, partilhamos coisas uma com a outra... Acho-a uma pessoa fantástica, uma força da natureza e, sem dúvida, um modelo a seguir. Esta entrevista só veio reforçar ainda mais estas minhas convicções. 
De quem estou a falar? Da Patrícia, claro está...


Perguntas individuais

És de Lisboa mas mudaste-te há pouco mais de um ano para Londres. Como foi essa mudança? Do que sentes mais falta? Se tivesses as mesmas oportunidades em ambos os sítios, voltarias a viver cá?
Este ano (em Outubro), vai fazer dois anos que deixei o nosso país em busca de uma vida melhor. A mudança foi muito positiva. Claro que não é tudo um mar de rosas; ter de começar uma vida do zero, não termos os nossos pais ao nosso lado para nos ajudarem, não conhecermos ninguém, não é fácil mas é uma experiência que me fez crescer imenso e não estou nada arrependida da escolha que fiz. É óbvio que tenho saudades de muitas coisas, principalmente do meu pai e do meu irmão. Custa-me não estar com eles, não partilhar datas importantes com eles mas, como dizem, “é a vida”. Não tenho uma resposta certa para a tua última questão, iria depender muito do estado do país e da sua situação económica. Eu e o Fábio já conversámos sobre a hipótese de voltarmos para Portugal e ambos queremos fazer vida cá, Portugal por enquanto é só para passar férias e visitar a família e amigos.

A perda da tua mãe já foi referida no blogue, assim como a doença que provocou esse triste acontecimento. De que forma é que tudo isso te tornou na pessoa que és hoje? Sentes que isso mudou a tua personalidade e a tua forma de ver o mundo? 
Ter perdido a minha mãe com 18 anos fez-me crescer; ver o meu irmão com 11 anos perder a mãe fez-me crescer e ver o meu pai perder a mulher que amava há mais de 25 anos fez-me crescer. Sabes quando nos dizem para dizermos sempre às pessoas que nos são próximas o quanto as amamos? Embora seja um cliché, é uma frase bem verdadeira. Eu devia ter dito mais vezes o quanto amava a minha mãe. Pensamos que temos todo o tempo do mundo, que o mal só acontece aos outros e que nós vamos ser felizes para sempre. Para mim foi mais complicado ver a minha mãe a passar por toda a doença, por todos os tratamentos, ver o quanto ela se ia abaixo, ver a sua transformação física e psicológica, do que tê-la perdido. Pode parecer frio mas sei que ela assim já não sofre, que assim pode finalmente ter paz. 
A morte da minha mãe foi um marco negativo na minha vida, tornou-me numa pessoa um bocado mais fria em relação a certos assuntos, como a morte por exemplo. Aprendi a ver que as pessoas se tomam umas às outras como garantidas e não deveria ser assim. Deveriam dar mais valor a quem têm ao seu lado, como eu disse anteriormente o mal não acontece só aos outros.

Para além de seres modelo e de (como todas nós) gostares de roupa, está patente no The Juicy Glambition o teu gosto pela maquilhagem. O que achas que a maquilhagem tem de tão fascinante para ser algo tão importante no teu dia-a-dia e no de muitas mulheres?
Eu adoro maquilhagem. Existem pessoas que gostam de coleccionar selos, eu gosto de colecionar maquilhagem e para quem se pergunta se eu a uso toda, sim, eu uso-a todinha! Foi algo que herdei da minha mãe. Acho fascinantes as cores, a construção de todo um look, o ir a uma loja e experimentar mil e uma coisas para ver qual é a mais adequada. Para mim, a maquilhagem é uma maneira de realçar os meus pontos fortes mas sem nunca deixar de ser eu própria.

Tens uma relação de vários anos com o teu namorado, o Fábio. Como se conheceram? Imaginas-te a passar o resto da tua vida com ele?
Eu e o Fábio conhecemo-nos pelo Hi5 (risos), foi um acontecimento mesmo random, ele decidiu enviar-me um mensagem e eu, não sei por que razão, decidi responder. Descobrimos depois que tínhamos amigos em comum e as coisas acabaram por se desenvolver. Este ano vamos celebrar o nosso 6º aniversário, já fazemos vida de casados. Sem dúvida que me imagino a passar o resto da minha vida com ele.


Qual é a sensação de se ter um blogue tão bem-sucedido e com tantos seguidores nas redes sociais?
Quando criei o TJG nunca pensei que fosse chegar onde tenho chegado, para uns pode não ser nada mas para mim é muito. Saber que existem pessoas que abdicam do seu tempo para ler o que eu escrevo, que abdicam do seu tempo para me darem uma palavrinha, tudo isso me enche o coração. O TJG foi criado por mim, mas as pessoas que o lêem foram uma peça fundamental no seu crescimento e eu não poderia estar mais agradecida por isso.  

Para além de reconhecimento e notoriedade, o que achas que o blogue te trouxe de melhor? Quais foram as melhores oportunidades que te proporcionou?
O blogue trouxe-me a melhor oportunidade de sempre no dia 14 de fevereiro, quando tive o prazer de ser convidada para a London Fashion Week!!! Fui a convite dos designers Anfray & Anfray (designers de jóias) e foi uma experiência tão boa... Sem dúvida que vou guardar este momento para sempre, foi uma honra! Mas sem dúvida que o blogue me trouxe e continua a trazer a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas e algumas delas acabaram por se tornar mais amigas.  

Tens alguma fobia? Quando te deitas, por exemplo, existe algum ritual que tenhas obrigatoriamente de cumprir para poderes dormir descansada?
Aranhas! Sofro de aracnofobia e se alguém me quiser ver chorar basta mostrar-me uma aranha (real ou não), é certinho. Antes de ir dormir as portas do roupeiro têm de estar fechadas; não é encostadas, é fechadas sem se ver nenhuma fresta. Acho que isto deve ter a ver com um sonho que tive quando era mais nova, em que um cabide saía do meu roupeiro (sim, um cabide andante) e me ia matar. Tenho sonhos estranhos, eu sei. 

Aderiste recentemente ao Instagram. Como achas que seria a tua vida sem redes sociais?
As redes sociais vieram ajudar a rever velhos conhecidos e a continuar o contacto a longa distância com amigos que moram longe, por exemplo, mas também é verdade que muitas vezes criam dependência e as pessoas esquecem-se do contacto humano. Enquanto blogger, as redes sociais como o Facebook ou o Instagram são importantes para mim pois é assim que eu consigo estar em contacto com as pessoas que seguem o TJG e sem dúvida que são um método rápido de darmos a conhecer o nosso trabalho. É muito difícil imaginar como seria a minha vida sem elas, já estão tão enraizadas em nós que é difícil imaginar esse cenário.

Já que gostas desta temática, aqui fica uma pergunta difícil: qual o objecto de maquilhagem sem o qual não consegues passar nem sair de casa?
Corrector de olheiras! Podia escolher mais, mas como só me perguntaste um tive de o escolher. Tenho umas olheiras de meter medo ao diabo, por isso o corrector é o meu melhor amigo.

Quando daqui a dez anos olhares para trás e te lembrares de 2014, o que esperas recordar deste ano?
Espero recordar-me de um ano fantástico, em que tenham surgido boas oportunidades e em que, principalmente, eu me tenha sentido feliz junto dos que mais amo.


Perguntas gerais

Se tivesses de escolher apenas três marcas para viver para o resto da tua vida (moda e beleza), quais seriam?
Isto, sim, é uma pergunta difícil! Têm de ser mesmo 3?! Então olha, para moda escolheria a Zara, por ter sempre peças bonitas e com boa qualidade, e para beleza escolhia a Clarins, para cuidado do rosto, e a Chanel, para maquilhagem, é uma marca de qualidade e nenhum dos produtos que tenho me desiludiu. Não posso mesmo colocar mais duas marcas de maquilhagem? 

De que forma é que o nome do teu blogue diz alguma coisa sobre ti?
A palavra “Glambition” significa “Glamour + Ambition” e é esta última que diz algo sobre mim. Eu sou uma pessoa ambiciosa q.b., tenho objetivos que quero atingir e esforço-me por isso. Acho que acabamos por ser todos assim.

Se pudesses viver apenas do blogue e tivesses de abdicar de uma carreira profissional na tua área, fá-lo-ias?
Eu cheguei a uma altura da minha vida em que ainda não tenho uma ideia fixa do que quero fazer. Adorava trabalhar como Antropóloga Forense, mas se tivesse a possibilidade de trabalhar só com o blogue fá-lo-ia. Existe melhor coisa do que fazer aquilo que verdadeiramente amamos e que nos dá a maior satisfação do mundo?


Obrigada, minha querida, por todas estas respostas fantásticas.

Adoraram tanto esta entrevista quanto eu?
Então não percam a da próxima semana...